Mercado profissional em risco
Na contramão da cidadania, anteprojeto defende que ex-atleta sem formação possa atuar como Treinador de Futebol
Está em tramitação na Câmara dos Deputados um anteprojeto de Lei (Relatório 5/2017) que reforma a Lei Pelé e o Estatuto do Torcedor. A proposta, analisada pela Comissão Especial de Reformulação da Legislação do Esporte, propõe um retrocesso ao atribuir a indivíduos sem formação superior a condição de Treinador de Futebol. Pretende-se, deste modo, permitir que ex-jogadores sem o devido conhecimento científico, biológico, pedagógico e éticos, atuem como treinadores de crianças, jovens, mulheres, pessoas com deficiência, entre outros, colocando em risco a saúde desses indivíduos.
Para o relator do anteprojeto, deputado federal Rogério Marinho (RN), a proposta preocupa-se com o futuro do ex-jogador de Futebol, que ao longo da carreira esportiva não tem a oportunidade de estudar, sendo necessária a oferta de uma ocupação. A proposta é defendida ainda pelos deputados federais Deley(RJ) e Danrlei de Deus Hinterholz (RS), ambos ex-atletas. Percebe-se, com isso, uma reserva de mercado em detrimento de uma formação cidadã.
O anteprojeto delega, ainda, à entidade nacional de administração do futebol a certificação dos treinadores. Esta é mais uma distorção da proposta, pois não prevê a exigência de educação formal – de responsabilidade do Ministério da Educação.
No lugar de relativizar questões legais, os parlamentares deveriam instigar o estudo ao longo da carreira esportiva, bem como incentivar as entidades do desporto a exigir dos atletas a formação, o que possibilitaria ao atleta uma futura inserção profissional, no esporte ou não. Isto não é utopia. Temos como exemplo a Confederação Brasileira de Ginástica e clubes de Futebol como o Grêmio, que incentivam a formação dos seus atletas. Várias Confederações Esportivas também são exemplos recentes de incentivo para que os técnicos sejam profissionais graduados em Educação Física.
A distorção histórica fica por conta do desinteresse das entidades do Sistema Desportivo Nacional, da politicagem reinante e dos aproveitadores que percebem neste filão um excelente meio de obter lucros sem nenhum compromisso com o desenvolvimento do país ou da construção de uma sociedade democrática. Infelizmente, estão dando pouca importância e relevância à qualidade em detrimento da quantidade.
A educação é a chave da porta que separa os países desenvolvidos dos mais pobres e em desenvolvimento. O futuro do mundo pertence às nações que atribuíram e continuam a atribuir prioridade absoluta à educação. Ao lado da formação cidadã, elas constroem o alicerce para o desenvolvimento de qualquer nação. O Brasil precisa levar essa questão a sério e agir de forma concreta, não somente nos períodos eleitorais através de discursos. Do mesmo modo, os parlamentares do Congresso Nacional precisam promover esta reforma no pensamento.
O esporte é um meio e, portanto, requer que seja ensinado, orientado e ministrado por profissional com conhecimentos científicos, biológicos, pedagógicos e éticos. A formação possibilita uma intervenção adequada, segura e digna, voltada ao desenvolvimento humano e compatível com suas individualidades
Sem uma orientação esportiva e, no caso particular, sem orientação para que as escolinhas de Futebol sejam conduzidas por profissional qualificado e competente, contribuímos para a manutenção de um círculo vicioso dos desníveis sociais. Portanto, temos a obrigação de mudar os rumos da história, de reverter este processo corrosivo e dar a todos o direito constitucional de atendimento digno e de qualidade. Não se trata apenas de uma questão legal, garantir o direito das crianças e jovens ao esporte dinamizado por profissional habilitado é um dever de todos nós.
Para o relator do anteprojeto, deputado federal Rogério Marinho (RN), a proposta preocupa-se com o futuro do ex-jogador de Futebol, que ao longo da carreira esportiva não tem a oportunidade de estudar, sendo necessária a oferta de uma ocupação. A proposta é defendida ainda pelos deputados federais Deley(RJ) e Danrlei de Deus Hinterholz (RS), ambos ex-atletas. Percebe-se, com isso, uma reserva de mercado em detrimento de uma formação cidadã.
O anteprojeto delega, ainda, à entidade nacional de administração do futebol a certificação dos treinadores. Esta é mais uma distorção da proposta, pois não prevê a exigência de educação formal – de responsabilidade do Ministério da Educação.
No lugar de relativizar questões legais, os parlamentares deveriam instigar o estudo ao longo da carreira esportiva, bem como incentivar as entidades do desporto a exigir dos atletas a formação, o que possibilitaria ao atleta uma futura inserção profissional, no esporte ou não. Isto não é utopia. Temos como exemplo a Confederação Brasileira de Ginástica e clubes de Futebol como o Grêmio, que incentivam a formação dos seus atletas. Várias Confederações Esportivas também são exemplos recentes de incentivo para que os técnicos sejam profissionais graduados em Educação Física.
A distorção histórica fica por conta do desinteresse das entidades do Sistema Desportivo Nacional, da politicagem reinante e dos aproveitadores que percebem neste filão um excelente meio de obter lucros sem nenhum compromisso com o desenvolvimento do país ou da construção de uma sociedade democrática. Infelizmente, estão dando pouca importância e relevância à qualidade em detrimento da quantidade.
A educação é a chave da porta que separa os países desenvolvidos dos mais pobres e em desenvolvimento. O futuro do mundo pertence às nações que atribuíram e continuam a atribuir prioridade absoluta à educação. Ao lado da formação cidadã, elas constroem o alicerce para o desenvolvimento de qualquer nação. O Brasil precisa levar essa questão a sério e agir de forma concreta, não somente nos períodos eleitorais através de discursos. Do mesmo modo, os parlamentares do Congresso Nacional precisam promover esta reforma no pensamento.
O esporte é um meio e, portanto, requer que seja ensinado, orientado e ministrado por profissional com conhecimentos científicos, biológicos, pedagógicos e éticos. A formação possibilita uma intervenção adequada, segura e digna, voltada ao desenvolvimento humano e compatível com suas individualidades
Sem uma orientação esportiva e, no caso particular, sem orientação para que as escolinhas de Futebol sejam conduzidas por profissional qualificado e competente, contribuímos para a manutenção de um círculo vicioso dos desníveis sociais. Portanto, temos a obrigação de mudar os rumos da história, de reverter este processo corrosivo e dar a todos o direito constitucional de atendimento digno e de qualidade. Não se trata apenas de uma questão legal, garantir o direito das crianças e jovens ao esporte dinamizado por profissional habilitado é um dever de todos nós.
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